Porque
Jair Bolsonaro apresentou o pedido de impeachment apenas contra Alexandre de
Moraes e não também, como havia prometido, contra Luiz Roberto Barroso?
É
simples: porque dentro em pouco Moraes será o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, posto ocupado hoje por Barroso.
O
atual presidente não tem a menor ilusão de que seu pedido venha a prosperar,
mas atende ao seu desejo de manter o conflito aceso.
Luiz
Fux, presidente do Supremo, e Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, nutriam
a ilusão que o presidente entraria numa temporada de “mansidão”, com um rosnado
aqui e outro ali, mas não o cravar os dentes nas instituições.
O
Supremo reagiu com uma nota, até enérgica; o Senado com água morna.
Ilusão
que, anteontem, já se
apontava aqui, no blog, sem nenhum dote de visionário, porque, sabe-se,
qualquer moderação de Bolsonaro é apenas um falso recuo para avançar mais em
seu projeto golpista.
Seu
objetivo único é tornar questionável o processo eleitoral do ano que vem e, por
isso, não são a prisão de Roberto Jefferson ou as restrições impostas a Sérgio
Reis e ao deputado obscurantista Otoni de Paula por suas ameaças ao Supremo.
Não
só não há perspectivas de um armistício entre Bolsonaro e o Supremo como é
visível que seu conflito irá se expandir para a presidência do Senado e,
talvez, até à própria Câmara, quando esgotar a cota de doces que Arthur Lira
pretende abocanhar.
Bolsonaro
faz mais um avanço, que é respondido, pelo Legislativo, com um mimimi eunuco.
Rodrigo Pacheco, o Rolando Lero senatorial deu conta de que apenas
dará um encaminhamento ordinário, daqueles em que se exigem três cópias
carbonadas e a apresentação das “taxas e emolumentos” correspondentes.
“Deu
um desconto” de 50% não atacando Barroso, mas conservou o fogo sobre o
“culpado” de sua derrota eleitoral – Moraes, o presidente do TSE.
Mau
negócio: Barroso reage com declarações; Moraes, com atos.
Tijolaço.
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