Jair
Bolsonaro comprou a versão de Fabrício Queiroz sobre a gravação em que Daniela
Magalhães da Nóbrega diz que se negociaram cargos no Palácio do Planalto pela
morte do seu irmão, o ex-PM miliciano Adriano da Nóbrega.
Em
sua live, informa a Folha, o presidente disse que “pelo que tomei
conhecimento, ela se equivocou, em vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou
Palácio do Planalto. Se equivocou no tocante a isso”.
A
menos que o presidente esteja endossando a versão pelo que viu no Twitter, o
presidente está admitindo que o vídeo de Queiroz é prova suficiente para ser
assumida como verdade ou que teve contatos com seu ex-auxiliar encrencado para
saber detalhes deste suposto aviso recebido por ele de Nóbrega que, é claro,
deveria ter dito os motivos para que o ex-governador do Rio teria para
“apagá-lo”.
Qual
seria o motivo para Wilson Witzel querer Adriano Morto?
As
ligações entre Adriano e os Bolsonaro são públicas e materializadas: Jair depôs
em seu favor num Tribunal do Júri por homicídio; Flávio o condecorou com a
Medalha Tiradentes, já preso, e contratou sua mulher e sua mãe em seu gabinete,
como “fantasmas”.
Quais
as ligações de Witzel com o miliciano ou com seus desafetos, para querer sua
morte?
Onde
estão as investigações do Ministério Público e da polícia sobre isso?
A
morte suspeita de um homem, criminoso que fosse, vai ser esclarecida por uma
“treta” de internet?
Ou
alguém acha que a irmã do morto, depois de ter ouvido Queiroz e Bolsonaro
dizerem que “ela deve ter se confundido” não vai dizer mesmo que se confundiu? O
que você diria se dois personagens dissessem que se confundiu? Claro, “eu me
confundi, não foi Planalto, foi Guanabara, foi Itumbiara, foi o Palácio da
Juçara…”
Onde
está consignado o depoimento à polícia ou à Justiça de Fabrício ou Bolsonaro de
que “tomaram conhecimento” de que se tramou o assassinato de um homem que,
aliás, era amigo de ambos?
Estas
alegações estão públicas há 48 horas e até agora nenhum delegado ou promotor
cumpriu o seu dever de mandar abrir uma mísera investigação a respeito.
Porque
Fabrício e, agora, Bolsonaro não são chamados a depor para saber como tomaram
conhecimento de uma conspiração homicida, que detalhes têm e o que sabem a
respeito?
Afinal,
fizeram declarações espontâneas, no Faccebook, sobre o planejamento de um
homicídio e isso não vai ser investigados?
Tijolaço.
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