Na
sua coluna no UOL, o jornalista Tales Faria é preciso no
julgamento: “o presidente Jair Bolsonaro não tem conseguido sucesso na gestão
da economia ou da saúde da população, mas saiu-se vitorioso na desmoralização
dos militares, especialmente do generalato do país”.
Nos
três últimos dias as notícias são um prato cheio para a chacota com os
dirigentes das Forças Armadas: compra de Viagra, de remédios para a calvície e
até de próteses penianas.
Outros
governos, que os generais tanto odeiam, compraram-lhes armamentos, caças
modernos, submarinos.
As
desculpas médicas são deploráveis, porque até os meio-fios caiados dos quartéis
sabem que, ainda que eventualmente necessários como terapia, não são para todos
os militares, de todas as patentes, mas para a alta oficialidade.
Sigo
com Tales:
Bolsonaro
conseguiu promover um verdadeiro estrago na imagem dos militares, que vinha se
refazendo nesses anos de respeito à democracia pós-ditadura. O presidente começou
a desmoralizá-los, primeiro distribuindo cargos aos milhares no governo.
Mostrou que, em troca de um acréscimo no soldo, a turma poderia se comportar da
mesma forma que aquele grupamento político que tanto criticavam.
Mas
é pior, senhores. Trata-se da sua desmoralização perante a tropa, como se
fossem aproveitadores daquilo que a ela é negado, mesmo quando necessário.
Os
cochichos, as risadas – até sem a sensibilidade devida a quem tem problemas de
saúde, o que é perverso – os apelidos jocosos, a esta altura, proliferam nas
casernas, ferindo a liderança de quem, como profissional de defesa, deveria ter
o respeito e o permanente acatamento de seus subordinados.
É
inevitável e péssimo que ocorra, mas quem quis a ribalta que não lhe pertencia
tem de aguentar as luzes que se lança sobre quem quer subir ao palco que não
lhe pertence.
Tijolaço.
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