Ele
foi, até mesmo antes de consumar-se a eleição de Jair Bolsonaro, o
superministro da Economia. Orgulho dos liberais, o homem que faria as reformas,
que privatizaria, que atrairia investidores estrangeiros, que ia zerar o
déficit fiscal já no primeiro ano de governo. Com superavits primários
gigantescos: e R$ 1 trilhão em privatizações e outro trilhão vendendo imóveis
da União, que enxugaria o funcionalismo (os “parasitas”) e privatizar a
Previdência. Na pandemia, disse a que recuperação da economia seria em “V” e,
há duas semanas, garantiu que a economia estava “voando”.
E
o que ficou, de fato, de Paulo Guedes foi um desastre.
Não
apenas da gestão incapaz de formular programas de recuperação econômica ou de
simples gestão de um modelo que, embora sem rumo, fosse minimamente sustentável
no curto prazo. Gritou, berrou, fez-se de “tigrão”, prometeu, uma vez após
outra, o que não se mostrou capaz de entregar.
Há
meses , virou um molambo, que aparece em lives e eventos de empresários
e banqueiros, faz-se de sábio, acena com um futuro otimismo que vai se
desmanchar no dia seguinte no desempenho sofrível do país.
Agora,
porém, exigiu-se dele a capitulação humilhante, o ato de humilhação de “chutar
o teto” do qual fazia-se o mais fervoroso defensor.
A
debandada em seu ministério faz dele um personagem que, além de derrotado, é
só. A saída de vários de seus auxiliares dos postos-chave do ministério se
refletirá, amanhã, em outro dia de depreciação do real e de quedas na Bolsa.
Embora
tenha garantido a sua permanência no cargo, Jair Bolsonaro merece tanta
credibilidade quanto um cartola de futebol ao dizer que fica no cargo um
treinador que acumula uma fieira de derrotas.
Paulo
Guedes não tem mais nada a lhe dar, a não ser a humilhação pública a que se
submete, o que não representa mais vantagem ao presidente, porque o ministro já
não inspira confiança no empresariado, segmento que Bolsonaro ainda tem como
apoio certo num embate com Lula.
Guedes
é uma Coca-Cola sem gás.
Não
serve mais e Bolsonaro espera que ele se dissolva, para encontrar a solução
mais adequada para a sua substituição, seja por um outro nome que circule no
meio do dinheiro (o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é o rei
deste pedaço) ou quem saiba jogar pesado neste campo, por sua fidelidade
incondicional, e aí Pedro Guimarães, presidente da Caixa, é o personagem mais
insinuante.
A
troca não demorará muito, porque Guedes, ao apodrecer no cargo, apodrece o
cenário econômico com os miasmas do que parecia ser.
Tijolaço.
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