Os
votos obtidos nos requerimentos de retirada de pauta e de quebra de interstício
regimental (prazo para uma matéria poder ser levada a plenário), menores que
260 votos levaram o presidente da Câmara a não colocar em votação a PEC dos
Precatórios e, junto com ela, da quebra do “teto de gastos” constitucional.
Como
precisa de 308 votos, era mais que temerário colocar a proposta em votação,
faltando 50 votos para o mínimo para sua aprovação.
Possível,
é. Mas não será fácil e véspera de feriadão não alardeia presença maior do que
os 430 presentes ao plenário hoje.
É
a segundo dia consecutivo em que Lira foge de colocar o texto em discussão e
não é preciso ser nenhuma raposa política para ver que há uma sinalização de
que a emenda constitucional não passa, salvo de for feita um imensa pressão
sobre os parlamentares, o que não parece ser possível a esta altura.
Mesmo
que a aprove por uma minoria muito tímida, isso vai repercutir no Senado, onde
a situação do governismo é pior.
Sem
ter um número seguro para a aprovação Lira insistirá em colocar a PEC em
votação? Se o fizer, devolve a batata em chamas para Paulo Guedes: de onde
tirar o dinheiro para o auxilio emergencial?
Há
espaço, sim, mas isso deixaria o Governo sem espaço para as bondades eleitorais
que planeja para 2022.
Há
uma semana dava-se com o favas contadas a aprovação da pedalada dos precatórios
na Câmara que, agora, tem possibilidades modestas de ser alcançada.
Não
há duvida que é o cenário eleitoral que vai corroendo a fidelidade da base
governista, porque a primeira lei humana – concedamos esta condição a nossos
parlamentares – é sobreviver.
Tijolaço.
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