A
decisão da ministra Rosa Weber de obrigar o governo federal reative leitos de
UTI para tratamento de Covid-19 desativados desde o início de 2021 nos estados
de São Paulo, do Maranhão e da Bahia é o primeiro dos sinais de que, apesar da
sua inércia e do negacionismo que segue mesmo depois das 255 mil mortes com que
terminaremos este mês de fevereiro, Jair Bolsonaro será atropelado pelos fatos.
O lockdown “cosmético”
que vem sendo feito – em graus variáveis – por alguns governos estaduais e,
mais fortemente, por várias prefeituras vão se impor.
Na
tarde de hoje, 16 estados têm mais de 80% de ocupação de leitos de UTI, o que
é, na pratica, a lotação total, por conta da disponibilidade de equipes e pelo
tempo de desocupação de leitos (por alta ou óbito). Estes índices que você vê
acima de 90% querem dizer que já há pacientes que à espera de que leitos possam
ser reutilizados. O infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas, de
São Paulo, diz que uma taxa de ocupação acima de 90% já “é o colapso”.
Não
vai adiantar Jair Bolsonaro republicar vídeos de donos de comerciantes do
Distrito Federal reclamando dos limites impostos pelo governador (bolsonarista,
aliás) Ibaneis Rocha se Brasília tem 97% dos leitos de terapia intensiva. Mesmo
cedendo em algumas áreas, a progressão da doença vai empurrá-lo – como logo
fará a João Doria – para restringir mais.
Adiantaria
se estivesse tomando medidas para financiar ou suspender no curto prazo o
pagamento de dívidas de financiamentos , parte do valor aluguéis comerciais até
certo valor, dilatação dos prazos de pagamento de tributos.
Mas
não está fazendo isso e continua na tentativa que parece ser perdida de
“compensar” com cortes nos serviços públicos a adoção, que não pode mais ser
retardada, da volta do auxílio emergencial.
E
jogar nos governadores a culpa por uma situação na qual o país não tem comando.
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