Embora
pareça ter ainda os três luíses do STF – Luiz Fux, Luiz Fachin e Luiz Barroso –
a situação de Sergio Moro vai se deteriorando a olhos vistos.
Hoje
foi a vez de mais um saltar da canoa adernada: Demétrio Magnoli, ex-morista
ferrenho e sempre antipetista feroz.
O colunista de O Globo e comentarista da Globonews chama
o ex-juiz de Curitiba, a quem já entoou os maiores louvores, de “um nada
jurídico” e de ter “mão de gato” ao sentenciar Lula:
“É dever do STF
anular as sentenças condenatórias do líder petista tingidas pela mão de gato de
Moro”.
Magnoli
desmonta a petição em que Rosângela Moro, atuando como advogada do marido,
requer que os diálogos entre Moro e os procuradores sejam postos numa gaveta
trancada, dizendo que ‘a verdade factual expressa nas trocas de mensagens seria
suficiente para condená-los por subversão do processo legal, se não tivesse
vindo à luz pelo túnel da ilegalidade” mas que, mesmo assim, não a desqualifica
para evidenciar que há “acertos entre o juiz e os procuradores para plantar
notícias na imprensa e financiar a divulgação de propostas legislativas, além
da ambição de reformar o sistema político-partidário”.
Há
bons argumentos e texto duro – “a gangue manipulava suas prerrogativas de
agentes da lei para deflagrar um projeto de poder centrado na figura de Moro” –
mas o mais significativo é ter sido escrito por quem foi e onde foi.
Deixa
mais evidente que nem mesmo lá se consegue segurar – apesar
dos esforços de Merval Pereira em dizer que fazer justiça nesta caso implicaria
uma anistia à corrupção – o imperativo moral que representa
declarar-se o óbvio: Sérgio Moro foi um juiz parcial e, por isso, violou as
normas do processo legal.
E
fora dele, qualquer punição, a qualquer pessoa tem um nome ao qual a democracia
é absolutamente alérgica: arbítrio.
Tijolaço.
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