País
está próximo de alcançar também a marca de 10 milhões de casos. Próximas
semanas devem ser ainda piores, em razão das aglomerações durante o Carnaval.
O
Brasil segue seu programa de vacinação frágil e com incertezas. No fim de
semana, o país superou a marca de 5 milhões de doses aplicadas
O Brasil superou hoje (16) a marca oficial de 240 mil mortos por
covid-19. As últimas 24 horasregistraram 1.167 vítimas do novo coronavírus. Desde
o dia 21 de janeiro, o país registra média diária, calculada em sete dias,
superior a mil óbitos, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de
Saúde (Conass).
Números
da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass
O
número de casos também teve grande aumento. Foram 63.612 novos doentes. O país
está a poucos dias da marca de 10 milhões de infectados e de 250 mil vítimas.
De acordo com o levantamento de hoje, são 9.921.981 contaminados desde o início
do surto no Brasil, em março.
O
surto de covid-19 no Brasil segue fora de controle e a perspectiva é de aumento
de casos e mortes para as próximas semanas. O descontrole é atestado pelo
Imperial College de Londres, referência mundial em estudos sobre a pandemia.
Além disso, o último fim de semana foi de grandes aglomerações por todo o país,
no período que seria marcado pelo Carnaval. Mesmo cancelado pelas autoridades
em todo o país, muitas festas clandestinas ocorreram.
Outro
ponto que atesta o descontrole da pandemia no país é a média semanal de mortes.
A última semana foi a segunda mais letal de todo o histórico da crise
sanitária. Foram 7.520 mortos no período, sendo superado apenas pela semana
entre os dias 19 e 25 de julho, com 7.714 vítimas, quando o país vivia seu pior
momento até então.
Curvas
epidemiológicas médias de casos e mortes. Fonte: Conass
CASO
GRAVE
Em
números absolutos, o estado mais afetado do país é São Paulo. As cidades
paulistas somam 1.927.410 infectados e mais de 56 mil mortos, sem contar com a
subnotificação, denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades em todo
o país. O estado, sozinho, só é superado em casos e mortos por 12 países,
ficando à frente em números da tragédia sanitária em nações como o Peru e
Equador.
Algumas
cidades paulistas passam por colapso em seus sistemas de saúde. É o caso de
Araraquara, que amanheceu hoje com 100% das UTIs ocupadas. “Na manhã desta
terça-feira, 16 pacientes aguardavam sem leitos para internação. Após diálogo
que firmamos ontem à noite com o governador João Doria, recebemos hoje as visitas
do secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, e do secretário estadual de
Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. Estivemos no hospital de campanha para
apresentar nossa estrutura de enfrentamento à covid-19”, dise o prefeito,
Edinho Silva (PT).
Edinho
foi reconhecido internacionalmente durante a primeira onda pelas ações
assertivas no combate à covid-19. A cidade mantém uma das maiores taxas de
testes por habitantes do país. Também seguiu orientações rígidas de isolamento.
Agora, além das consequências da flexibilização da quarentena em todo o estado.
Araraquara também registra casos com as novas cepas do coronavírus (as chamadas
mutações de Manaus e do Reino Unido).
“Vinholi
e Gorinchteyn anunciaram que o governo do estado irá investir R$ 1,5 milhão na
abertura de mais 95 leitos na região, sendo 70 deles em Araraquara. Desses 70,
o hospital de campanha receberá 40 (30 UTIs de suporte ventilatório e 10 de
enfermaria) e o Pronto-Socorro do Melhado terá mais 30 leitos de enfermaria. A
situação é muito crítica, pois a cidade amanheceu tecnicamente em colapso de
saúde, com pacientes aguardando leitos para internação e todos os leitos
ocupados”, completou o prefeito.
VACINAS
O
Brasil segue seu programa de vacinação frágil e com incertezas. No fim de
semana, o país superou a marca de 5 milhões de doses aplicadas. Entretanto, há
incertezas sobre a disponibilidade de novas doses. No atual ritmo, o país não
consegue concluir a vacinação massiva nem mesmo em 2022.
A
segunda dose já foi aplicada em cerca de 250 mil pessoas – ou seja, apenas
0,12% da população está efetivamente imunizada, enquanto a primeira dose já foi
aplicada em 2,5% dos brasileiros. Como referências, China e Estados Unidos já
vacinaram mais de 50 milhões de habitantes e o Reino Unido 15 milhões. A
Inglaterra se destaca entre os países com maior porcentagem de vacinados, com
cerca de 24% da população já imunizados.
RBA.
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