Testemunhas
da Odebrecht ouvidas pelo juiz Sergio Moro na terça (7) negaram que a compra de
um imóvel para o Instituto Lula pela empreiteira tenha ocorrido com dinheiro de
propina e também confirmaram que o ex-presidente nunca utilizou o espaço,
derrubando a tese da Lava Jato de que este é mais um caso de favorecimento
indevido a Lula. É o que aponta nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin à
imprensa.
De
acordo com Zanin, Rogério Araújo, um dos responsável por operacionalizar
pagamentos de propina da Odebrecht a agentes políticos, negou ter conhecimento
de que a compra do imóvel na rua Haderbeck Brandão, em São Paulo, seria um
acerto de contas entre a empresa e o PT.
Já
Hilberto Mascarenhas [foto] "afastou a utilização de recursos de propina
na compra do imóvel que a acusação entende que seria destinado ao Instituto
Lula".
Ao
juiz Sergio Moro, Marcelo Odebrecht disse que comprou o imóvel com parte dos R$
40 milhões que injetou em um caixa virtual que atribuiu ao uso de Lula. O valor
estimado era de R$ 13 milhões. Como o Instituto Lula não aceitou a proposta, a
empresa revendeu e devolveu os recursos ao caixa.
Abaixo,
a nota da defesa de Lula na íntegra:
Os
depoimentos hoje (07/06) ao Juízo da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba
dos ex-executivos da Odebrecht e colaboradores do Ministério Público
Federal, Hilberto Mascarenhas, Márcio Farias e Rogério Araújo
provaram os argumentos da defesa do ex-Presidente Lula no caso da
rua Haberbeck Brandão. O Instituto Lula nunca teve a posse ou propriedade
do imóvel.
Responsável
por coordenar os pagamentos do setor de operações estruturadas,
o depoimento de Mascarenhas refuta o eixo central da denúncia
ao descartar a possibilidade de que alguém possa receber propina
por meio da propriedade de um imóvel. Ele afastou a utilização
de recursos de propina na compra do imóvel que a acusação
entende que seria destinado ao Instituto Lula, como quer fazer
crer o MPF.
Rogério
Araújo, que disse ter envolvimento com a negociação de vantagens
indevidas no âmbito da Petrobras, a exemplo de Márcio Farias,
nunca teve conhecimento de qualquer imóvel relacionado a essas tratativas.
Ambos confirmaram que todos os contratos eram feitos dentro da
margem estabelecida pela petrolífera e que nenhum sistema de controle
interno ou externo da companhia detectou as supostas operações
ilegais.
Não
há como sustentar a denúncia, seja ao atribuir ao Instituto Lula o
imóvel da Rua Haberbeck Brandão ou ao pretender associar o bem a recursos
ilícitos.
Do GGN
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