A
notícia de que Jair Bolsonaro mandou o Ministro da Defesa, Walter Braga Netto, “encostar na
parede” o comandante Paulo Sérgio Oliveira e fazer com que ele
publique uma “nota de esclarecimento” voltando atrás na determinação emitida
terça-feira de que oficiais, praças e servidores civis do Exército só voltem ao
trabalho presencial devidamente vacinados contra a Covid não é só mais uma humilhação
que o ex-tenente indisciplinado faz os militares passarem.
É
um crime contra a tropa e uma sabotagem às condições que a Arma deve ter para
realizar as missões que lhe sejam confiadas. A vacinação dos militares é
obrigat´ria desde os anos 70 e, na lista das imunizações atuais estão difteria,
tétano, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B, HPV e coqueluche.
A
Covid não entrou ano passado porque Bolsonaro não quis, porque não dá a mínima
para a saúde dos soldados brasileiros nem para a vida dos que com eles
interagem – e são muitos, no interior remoto, populações ribeirinhas e povos
indígenas.
Um
militar no serviço ativo não tem a possibilidade de isolamento para se
proteger, nem pode declinar de uma ordem porque está preocupado em contrair
Covid e transmiti-la para sua companheira ou companheiro, ou ainda para seus
filhos.
O
fanatismo negacionista de Bolsonaro, que parece que vai ser enfiado goela
abaixo do comando, é uma vergonha para os oficiais do do Exército Brasileiro.
Cuidados de saúde com seu pessoal e providências sanitárias capazes de deixar
seus efetivos em condições de serem plenamente empregados são questão
absolutamente internas, sobre as quais não cabem ingerências políticas, menos
ainda estas sem pé nem cabeça.
Tijolaço.
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