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casos de Covid detectados em 24 horas. E sem autotestes para ajudar a chegar
neste total.
E,
a rigor, não ajudariam.
A
Anvisa resolveu adiar a liberação dos chamados “autotestes” até que o governo
defina quais são as ações de saúde públicas que o Ministério da Saúde pretende
desenvolver com eles. Basicamente, a forma como os resultados serão comunicados
às autoridades sanitárias.
O
autoteste é, na maioria dos casos, igual aos testes aplicados em farmácias, que
foram 558.647 entre 10 e 16 de janeiro dos quais 233.537 resultaram positivos para
a presença do vírus.
Se
estivessem sendo contabilizados – o Ministério não revela qualquer número sobre
estes testes – teríamos um número de casos 35% maiores do que tivemos naquele
período.
O
autoteste não desempenha papel algum no controle da expansão da doença. Serve,
quando muito, para que a classe média, que tem perto de R$ 50 para pagar por um
deles, tomar decisões sobre visitar uma pessoa fragilizada (criança ou idoso,
por exemplo) ou para decidir mandar filhos à escola. Útil, sim, mas inócuo para
aquilo que precisamos agora, já.
Com
cinco dias – período que dura o já mínimo afastamento dado hoje à Covid – isso
quer dizer que um milhão de brasileiros terão de se afastar do trabalho, das
ruas, do transporte coletivo.
Não
podem ficar isolados assim, porque o país não admite interromper atividade que
não sejam indispensável.
O
resultado é que este numéro espantoso de casos, o dobro do que tivemos nos
piores momentos da pandemia, tende a crescer.
As
nossas autoridades públicas, porém, em sua criatividade genial acabam de criar
o ‘bal masqué” nos desfiles de Carnaval, inventando um tosco corso de
mascarados no desfile paulistano das escolas de samba.
É
purpurina na N95 e o vírus evoluindo na avenida.
Se
não morresse gente – e morre: 338, hoje – seria cômico. Mas é trágico.
Tijolaço.
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