A
análise dos celulares e computadores permitirá reconstituir mensagens do
próprio Bolsonaro e dos filhos.
A
operação da Polícia Federal contra os fakenews mirou o coração do bolsonarismo.
Hoje em dia, a manifestação mais expressiva do movimento são as quadrilhas
virtuais. Cometem assassinatos de reputação contra adversários, contra
ministros de Bolsonaro. Através dessas redes articulam-se manifestações
públicas e, provavelmente, organizam-se as milícias reais, estimuladas pelas
declarações de Bolsonaro e pela liberação das armas.
A
análise dos celulares e computadores permitirá reconstituir mensagens do
próprio Bolsonaro e dos filhos.
A
operação mostrou uma ação articulada do Supremo Tribunal Federal, com Celso de
Mello e Alexandre de Moraes atuando em pinça. Ao liberar o vídeo da reunião
ministerial, Mello escancarou as ameaças contra o STF. Escancarando, deu o
álibi para a operação de Alexandre de Moraes contra os mais notórios
alimentadores de fakenews.
Mais.
O inquérito do STF é visto como inconstitucional em vários pontos. O presidente
da corte, Dias Toffolli, abriu o inquérito de ofício, sem ser provocado, entregou
a relatoria a Alexandre Moraes, sem sorteio, e passou a funcionar como
inquérito guarda-chuva sob o comando direto do STF, sem participação do
Ministério Público. Pode o STF recorrer a instrumentos jurídicos em sua própria
defesa. Mas a legislação não prevê a figura do inquérito guarda-chuva, embaixo
do qual pode-se colocar qualquer denúncia.
Mesmo
assim, as ameaças de Bolsonaro à democracia, e o aumento das agressões ao
Supremo, inspiraram uma aliança inédita entre todos os Ministros do Supremo e ação
combinada entre Celso de Mello e Alexandre de Moraes. Ontem, o próprio Luis
Roberto Barroso, no discurso de posse no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
ressaltou os riscos representados pelas fakenews.
Ao
liberar o vídeo da reunião ministerial, Celso de Mello permitiu a exposição
clara das ameaças saindo dos intestinos do governo, através do Ministro da
Educação Abraham Weintraub. E forneceu o álibi para a operação das
fakenews, no dia seguinte à investida da Polícia Federal sobre o governador
Wilson Witzel, do Rio de Janeiro
É
mais um inquérito que irá bater direto no mais alucinado dos filhos de
Bolsonaro, Carlos, comandante em chefe do Gabinete do Ódio e pautador maior do
bolsonarismo.
Esses
ataques não pouparam Ministros do próprio governo, Ministros do STF, qualquer
forma de crítica a Bolsonaro. A análise dos computadores permitirá mapear as
milícias reais, os grupos bolsonaristas que estão se armando, sob inspiração do
Presidente e seus filhos.
Mesmo
que os inquéritos específicos sobre fakenews não prosperem, a análise dos
equipamentos dos milicianos permitirá mapear crimes muito mais graves.
Do
GGN
0 comments:
Postar um comentário