Nada
foi mais importante, nos últimos tempos, que a mensagem de Celso de Mello aos
demais ministros do Supremo Tribunal Federal, que mencionei no post anterior,
marca a ruptura total entre o STF e o governo Bolsonaro.
Ao
acusar Jair Bolsonaro de executar um plano de tomada de poder semelhante ao de
Adolf Hitler, o decano da Suprema Corte traçou uma linha de demarcação não só
entre seus colegas como, também, em relação ao Parlamento.
Ao
contrário do mimimi de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, o velho juiz agiu com
altivez e, a meses de deixar a cátedra do Tribunal deu um sinal inequívoco de
que a omissão será igual à cumplicidade com o avanço fascista.
Não
lançou uma luva, deu uma bofetada, como a ocasião exige.
Mello
porta-se como Churchill em lugar de Neville Chamberlain: ambos conservadores,
mas um deixa claro que não há tergiversação ou pacto possível com o nazismo.
Pode,
é certo, haver intuitos provocadores em alguns dos participantes dos atos
antibolsonaro acontecidos hoje, mas eles correspondem nos ao sentimento das
ruas e vão crescer.
A
oposição de esquerda – e agora já existe uma oposição de direita definida –
precisa assumir seu papel neles, com ou sem pandemia.
Porque
eles vão crescer, seja pela rejeição à direita aos propósitos golpistas de
Bolsonaro, seja pelo estresse em que está uma sociedade insegura e amedrontada,
mas é preciso não deixar que descambem para uma violência juvenil, que levem
água ao moinho da repressão.
Neste
sentido, a mensagem de Celso de Mello, direta e inequívoca, mostra que há
espaço para o caminho da legalidade e que ela não protege o golpismo nazista,
mas o condena, inapelavelmente.
Do Tijolaço
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