Não
foram necessárias mais que algumas horas para que se tornasse tão evidente a
manobra de Luiz Edson Fachin ao anular os processos de Lula em Curitiba para
evitar a decretação da parcialidade de Sergio Moro que, ao que tudo indica, ela
está fada ao fracasso.
Até
a direita de punhos de renda está atônita, diante do fato de que é impossível
negar que a finória canetada de Fachin visa, essencialmente, proteger Moro e
sua trupe da escancarada parcialidade.
Essa
é a principal razão, pois Fachin sabe que seria virtualmente impossível, salvo
por um escândalo ainda maior do que o da Lava Jato, validar os processos de
Curitiba em um ano e meio, repetir a condenação e, ainda, confirmá-la em
segunda instância.
É
a Moro, mais que a Lula, que a sua canetada beneficia, pois era inevitável que
a condenação de Lula por Moro não resistisse ao julgamento de suspeição que,
mesmo sem efeitos práticos, seria a condenação do ex-juiz, ainda que apenas
moral.
Abalado,
combalido, retirado, Moro ainda é – por falta de coisa melhor – uma das opções
eleitorais da camorra que levou Bolsonaro ao poder e se viu destroçada por ele.
Mas
depende, para isso, de que Lula esteja livre por uma “tecnicalidade” – a
incompetência de foro – e não porque foi condenado por razões políticas pelo
seu tribunal e seus procuradores, numa conspiração que culminaria com a eleição
de Bolsonaro.
Tijolaço.
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