Não
há nada mais significativo do deslumbramento da Lava Jato do que as intenções
de pretender prender os Ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Bando de
deslumbrados, sem noção, provincianos incapazes de avaliar o dia seguinte,
julgando que foram definitivamente entronizados como catões do Brasil.
São
curiosos os caprichos da história.
Monta-se
a maior operação já vista contra um político, Lula. Junta-se Ministério
Público, Polícia Federal, um eixo paranaense que abarcar Curitiba, o Tribunal
Regional Federal da 4a Região, o relator do Supremo Tribunal de Justiça e o
relator do Supremo Tribunal Federal, tudo com o mais amplo respaldo da mídia.
Monta-se
a maior operação de fakenews da história, com delatores sendo induzidos a falar
o que os inquisidores exigiam, meras declarações sendo consideradas provas,
amplamente vazadas para a mídia.
E
lá no interior de São Paulo, um jovem estudante de direito, Walter Delgatti,
especializado em hackear celulares, fica indignado com a falsa acusação de que
foi alvo por um procurador da Justiça, confundindo os remédios que tomava, para
problemas emocionais, com tráfico.
Graças
à denúncia perdeu amigos e namorada. E, da namorada, ouviu a frases
condenatória:
–
Procurador não mente.
Aí
ele começa a invadir celulares de celebridades e fica viciado em correr atrás
de escândalos, o mesmo vício que acomete os fãs de séries de Netflix. Todo dia
ele queria consultar o celular para encontrar crimes de terceiros. É com esse
espírito que ele invade os celulares da Lava Jato, para saber, antes dos
demais, dos crimes cometidos pelos investigados.
Ali,
ele se depara com as armações dos procuradores e, imediatamente, vê na Lava
Jato o promotor que o perseguiu e, em Lula, o alvo que ele foi.
Relembra
as declarações da ex-namorada, ainda presa à mística dos procuradores e compara
com as armações que, agora, conferia nos diálogos. Estava ali a prova
definitiva, para apresentar à ex-namorada, de que há procuradores que mentem.
Lembra
os melhores filmes de Hitchock, nos quais as melhores tramas são desmontadas
por um fato menor qualquer, que vai se desdobrando em outros, em uma
comprovação cinematográfica da teoria do caos; O roteiro é melhor ainda que
“Trama Macabra”:
*
se Delgatti não tivesse sido injustiçado por um procurador;
*
se não fosse especialista em hackeamento;
*
se não fosse aluno de direito e, portanto, em condições de entender o
significado das conversas;
*
se não procurasse a deputada Manoela Dávila, conhecedora experiente dos
meandros da Internet, que encaminhou o caso para as melhores mãos, o repórter
que divulgou os arquivos de Assange e sabia como envolver a mídia, entregando a
isca da qual a própria Lava Jato se valia: furos, nada disso teria acontecido.
AS
INFORMAÇÕES MAIS RELEVANTES
Da
entrevista de Degatti ao repórter Caio Junqueira, há os seguintes fatos
relevantes, que necessitam ser checadas imediatamente
Luis
Roberto Barroso
Delgatti
afirma taxativamente que Barroso conversava frequentemente com Deltan Dallagnol
e o orientava sobre aspectos jurídicos da operação. *Na fase da Vazajato,
alguns dos jornalistas envolvidos com o pacote lançaram insinuações sobre as
conversas, mas sem nunca revelar seu conteúdo.
Em
resposta, Barroso afirmou que não participava dos julgamentos da Lava Jato,
pois era da Primeira Turma e o julgamento se dava na segunda. Arrematou dizendo
que não deu nenhuma orientação a Dallagnol.
Sobre
um Ministro do Supremo não podem pairar dúvidas. Se as conversas eram
republicanas, sem nenhuma ilegalidade, não haverá porque manter o sigilo.
Delegado
Zampronha
Por
não saber o que se passava fora da prisão, Delgatti quase cometeu uma injustiça
contra o delegado Luiz Zampronha, que conduziu o inquérito. Assim que o
inquérito teve início, começaram os vazamentos, visando criar a narrativa de
que Gleen Greenwold tinha pagado pelo dossiê. Era a dica que o então Ministro
Sérgio Moro precisava para expulsá-lo do país.
Zampronha
agiu em duas frentes. A primeira, apertou Delgatti para ter certeza sobre o
tema. Quando se convenceu de que não tinha havido pagamento, convocou a
imprensa e deu uma entrevista definitiva, acabando com a estratégia de Moro.
Definitivamente,
foi a prova de que há vida digna na Polícia Federal.
A
prisão dos Ministros
Não
há nada mais significativo do deslumbramento da Lava Jato do que as intenções
de pretender prender os Ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Bando de
deslumbrados, sem noção, provincianos incapazes de avaliar o dia seguinte,
julgando que foram definitivamente entronizados como catões do Brasil.
Do GGN
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