Abraão
Ribeiro, homem de fibra, religioso, honesto e trabalhador
O
seu Abraão como era conhecido por todos, puxado na idade, e com a saúde
debilitada, contraiu a covid – 19, fora internado no principal centro de saúde
de Buriti, uma clínica de atenção básica, localizada no sopé de um morro, quase
dentro do Riacho Tubi, onde faleceu por volta das 5 horas da manhã de hoje, sábado 16 de maio.
Como
seguem as recomendações das autoridades sanitárias de saúde, não houve velório, ultra-restrito aos poucos familiares, foi sepultado aproximadamente entre às 10 e 11 horas de hoje, no cemitério municipal São José, que por
sinal é vizinho à sua casa, onde viveu grande parte de sua vida regrada, na Rua
inácia Vaz.
Abraão
Ribeiro, nasceu em 15 de maio 1924, no município de Buriti, no lugar São
Francisco, alfabetizado aos sete anos de idade pela professora Tonica Guimarães, com quem aprendeu a ler, escrever e a contar, foi agricultor, comerciante por longos anos, político, religioso e
também era poeta. Casado com Angélica Januário de Aguiar, com quem teve 15 (quinze) filhos, alguns em memória, 29 (vinte e nove) netos, 24 (vinte e
quatro) bisnetos e 2 (dois) tetranetos.
Abraão
Ribeiro da Silva, era filho de Gedeão Ribeiro da Silva e Zulmira Marques da
Costa, ficou órfão de pai aos nove (09) anos, começou a trabalhar muito jovem no
ramo do comércio varejista e da lavoura. Após o casamento, passou dividir as
tarefas de comerciante, quitandeiro com sua esposa Angélica que vendia no balcão. Ele responsável
pelas compras, ou seja, do abastecimento do comércio que eram feitas em
Teresina, Parnaíba, Chapadinha, bem como em Buriti.
Seu
comércio girava em torno da compra da produção de gêneros produzidos nas roças, pelos
moradores da redondeza nas terras arrendadas por ele. Seu Abraão comercializou e em quase todo território buritiense, onde da mesma forma estabelecia residência, foram
inúmeras localidades como, João Lobo, Boa Hora, Sítio Velho, Vargem, Pedras, Barra Nova,
Pé da Ladeira e muitos outros povoados. Armazenava os gêneros comprados, incluindo o
babaçu em Buriti. Abraão era um homem culto, educado, bom pai de família, bom filho, muito religioso e sábio,
quando era bem jovem queria ser padre, mais as dificuldades da época o fizeram
desistir.
Por
toda sua vida, nos lugares que morou, nas terras em que arrendava e montava seu comércio,
trabalhava gratuitamente com muito amor para as comunidades, pregando o evangelho,
alfabetizando os adultos, cuidava da saúde dos moradores e vizinhos, aplicava
injeções e realizava campanha de vacinação, um verdadeiro voluntário. Na década de 70 (setenta), se estabeleceu em Buriti, mais precisamente em 1974, onde morou até seus últimos dias de vida, trabalhou até quando pode na construção das comunidades, tendo criado e presidido a Comunidade Santa Helena, momento em que fora construída a Capela de Santa Helena, na Rua de mesmo Nome.
Abraão
implantou e presidiu as Comunidades Eclesiais de Base na sede municipal e em
vários povoados, participou da criação das Frentes dos Trabalhadores Contra as
Secas, fomentou ativamente o movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais de
Buriti, igualmente fundou a Colônia de Caça e Pesca, participou da criação do Conselho Tutelar e da Pastoral da Criança de
Buriti, colaborou com a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente na
cidade. De modo que criou e presidiu o PDT em Buriti por vários anos, por meio do qual foi
candidato a vereador e vice-prefeito, de forma que participou aguerridamente dos
movimentos sociais de seu tempo, com efeito pelos direitos dos trabalhadores e dos menos favorecidos da sorte, um homem incansável.
Seu a Abraão gostava muito de ler, de
escrever poemas e alem disso recitá-los. Nos anos 80 (oitenta) começou a escrever
poemas, em 1996 lançou o folheto com versos em homenagem a sua terra denominado "Minha Terra", a sua amada Buriti de Inácia Vaz. Aposentado como comerciante, sua
visão já não era aquela de outros tempos, assim como, a audição, mas continuava bem-humorado
e sábio, ora por outra, quando a saúde lhe permitia, ele brindava os visitantes recitando
trechos de algumas de suas poesias. Como poeta participou com destaque no ano
de 2010 e 2016 dos Festivais Buritienses de Poesias promovidos pela AMIB. Um
fragmento das suas obras foram publicadas nos livros "Vozes Poéticas dos Morros Garapenses", 2º edição de 2019, e "Aventuras Literárias", lançado pela AMIB, no ano de 2017.
Seu Abraão e D. Angélica na solenidade de entrega de medalhas na AMIB.
Por
fim, em 23 de julho de 2017, Abraão Ribeiro da Silva e sua esposa foram homenageados
pela Associação dos Amigos de Buriti - AMIB, com as medalhas de honras, pelo
exemplo de casal e cidadãos, que muitos e relevantes serviços prestaram à comunidade
buritiense. Abraão Ribeiro cumpriu com mérito a sua missão na terra dos homens
vivos, passaporte para ser bem recebido na terra dos homens mortos.
Fonte: Buriti: nosso berço nossa história de Joaquim Pedro Linhares de Aguiar.
Meu papai que Deus levou ,mesmo triste coração partido meu pai estou vivendo um momento que há muitos anos não passava .saudades eternas.obrigada a todos que o homenageiam da filha .Rosimar
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