Jair
Bolsonaro, até os cegos e os ingleses podem ver, é um perigo real para a
democracia brasileira, tanto que o “mercadistas” do Financial
Times reconhecem, em editorial, que há preocupação “com o fato de
Bolsonaro estar tentando provocar uma crise entre o Executivo, o Legislativo e
o Judiciário para justificar a intervenção militar”.
Mas
também é evidente que seu poder para fazer isso está minguando e se reduzindo
ao grupo de generais que, sabujamente, acham que ele pode ser o “cavalo de
Tróia” para uma tomada de poder, à qual falta projeto, viabilidade política e
aceitação internacional.
Os
atos de hoje mostram que o poder de mobilização de uma classe média histérica
por parte de Bolsonaro minguou até níveis próximos de zero, quando ficou
inviável a ação coordenada de sua rede de fake news.
Afora
incidentes típicos de provocadores ao final de manifestações, os atos
democráticos de hoje mostraram uma situação que tem tudo para se expandir e
alastrar-se fortemente, apesar da interdição da rua durante a pandemia.
E
que o bolsonarismo se encolhe a uma dúzia de fanáticos selvagens e não tem
força para dar apoio político a um golpe bem-sucedido e passa a depender,
exclusivamente, de um “pronunciamento” militar sem causas que se possam alegar
serem feitas contra a insurreição popular.
Os
militares que não estão agarrados ao projeto bolsonarista estão vendo a instituição
a ser transformada em mero coadjuvante do desejo de poder do presidente.
E
o preço desta adesão é mais que a inação diante do cenário de morte e de dor do
país, mas a sua criminosa negação.
Tomara
que a hesitação causada pela possibilidade concreta de tornar-se cúmplice de um
genocídio epidêmico faça refluir os militares de uma cumplicidade também no
assassinato da democracia.
Estamos
às portas de um desastre humanitário, que não poupará quem negá-lo, como fez
com o bolsonarista que estava na iminência de assumir um alto posto no
Ministério da Saúde para negar as mortes evidentes.
Por
mais desqualificada que seja a camada militar que aderiu a Bolsonaro, a
situação das Forças Armadas não permite, a esta altura, para assegurar-se que
elas vão mergulhar numa aventura irresponsável.
Sem
elas, Bolsonaro entra num restado de deterioração que não tem saída.
Do
Tijolaço.
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