Saindo
da procuradoria, Santoro continuou ligado a Serra e ao PSDB, tornando-se
advogado do partido. É creditado a ele o mérito do fato de Serra ter passado
incólume, até agora, de todos os inquéritos em que está envolvido. Atuou também
junto ao jornal mineiro.
Os
jornais tentaram localizar ações tendo Frederick Wassef como advogado. Não
encontraram nenhuma. A explicação de Wassef é que gosta de atuar na retaguarda,
montando as estratégias, sem aparecer.
Não
é bem isso. No modelo americano de escritório de advocacia há a figura do
investigador associado, o sujeito com familiaridade com delegacias, política,
meandros do Judiciário. Era essa a função de Wassef.
Até
pouco tempo atrás ele prestava esse serviço no escritório de José Roberto
Santoro – figura notória na vida política nacional. Santoro era procurador da
República quando foi convocado pelo então Ministro da Saúde José Serra para
trabalhar na Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Junto
com ele, Serra convocou o delegado federal Marcelo Itagiba. E contratou a
Fence, empresa especializada em escuta telefônica.
Esse
grupo foi o responsável pela Operação Lunus, no escritório de campanha de
Roseana Sarney, em uma manobra ruidosa que localizou financiamento de campanha,
em dinheiro vivo. Os pacotes foram empilhados para servirem de fundo para uma
reportagem no Jornal Nacional, que praticamente liquidou com as pretensões políticas
de Roseana. De lá mesmo, um dos integrantes do grupo mandou um fax para o
Palácio do Planalto, dando conta do sucesso da operação.
Santoro
coordenou o inquérito sem ter competência ou ser responsável por ele.
Mais
tarde, Santoro demonstrou sua familiaridade com o submundo, sendo flagrado em
reunião secreta, de madrugada, na sede da Procuradoria Geral da República,
tentando cooptar o bicheiro Carlinhos Cachoeira para alimentar o grupo com
informações.
Esse
esquema foi o principal alimentador de dossiês durante todo o período, todos a
serviço de Serra, formando um dos grupos mais barras-pesadas da política
brasileira. Foram dossiês contra o PT, contra concorrentes de Serra no PSDB
(como o MInistro da Educação Paulo Renato de Souza), contra Aécio Neves.
Saindo
da procuradoria, Santoro continuou ligado a Serra e ao PSDB, tornando-se
advogado do partido. É creditado a ele o mérito do fato de Serra ter passado
incólume, até agora, de todos os inquéritos em que está envolvido. Atuou também
junto ao jornal mineiro Em Tempo, para embaraçar invesigações sobre o
governador capixaba Paulo Hartung.
Essas
vinculações podem explicar a indicação do ex-deputado tucano Júlio Semeghini
para Secretário Executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Através
de Wassad, sua companheira Maria Cristina Bonner conseguiu contratos
milionários de Tecnologia da Informação.
Hoje
em dia, Wassad é a parte mais vulnerável do esquema Bolsonaro, ao lado de
Fabrício Queiroz.
Do
GGN
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