Não
há nenhuma surpresa na ofensiva de Jair Bolsonaro para destruir politicamente
Sergio Moro e o que resta da Operação Lava Jato.
O
centro deste movimento estratégico é “limpar a área” de 2022 e para isso é
preciso que o ex-juiz seja totalmente inviabilizado como candidato e não apenas
como candidato com possibilidades de tornar-se o ou um dos favoritos no pleito
presidencial.
O
poder imperial não admite partilhas e Bolsonaro jamais permitiu que vicejassem,
à sua sombra, ninguém mais além de sua prole, cotistas do empreendimento
bolsonariano.
Sem
o seu “mito curitibano”, seus adeptos naturalmente derramariam seus votos com a
justificativa de “não permitir a volta da esquerda”. Claro que, para isso, é
preciso que haja uma candidatura de esquerda ou centro esquerda expressiva, que
justifique o “perdão” eleitoral ao executor do ex-juiz.
Embora
todos saibam que o carrasco é filho político do lavajatismo, não enxergam
que só um autoritário poderia ser parido por uma treva como a que Moro fez
descer sobre o país.
Há,
ainda, um objetivo acessório: o pessoal do Centrão, envolvido até à medula nos
casos suspeitos, ganha não só a anistia como, ainda, um passe livre para
reestruturar, discretamente, os esquemas que sempre garantiram suas estruturas
políticas. Afinal, “a corrupção acabou”, não é mesmo?
Aliás,
isso foi um dos maiores benefício de descobrir-se que a terra é plana: a
história só pode ser vista por um lado e na superfície.
Do Tijolaço
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