sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A RENÚNCIA DE MUBARAK NO MUNDO

 O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, destacou que a renúncia do ditador Hosni Mubarak é o começo, e não o fim, do processo de transição. Falando na Casa Branca horas após o anúncio da saída do ditador, Obama disse que Mubarak respondeu ao desejo dos egípcios por mudanças e previu "dias difíceis" no país.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu na sexta-feira uma mudança para um governo civil como parte de uma transição para um Egito "aberto, democrático e livre".

Em nota, presidente francês, Nicolas Sarkozy, pede ações por eleições livres e transparentes no Egito. "A França espera que as novas autoridades egípcias deem passos que levem ao estabelecimento de instituições democráticas através de eleições livres e transparentes", afirma o comunicado.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou uma "transição transparente, ordeira e pacífica" no Egito. Numa declaração aos jornalistas, ele disse que queria ver "eleições livres, justas e com credibilidade no Egito, que conduzissem à rápida criação de um governo civil".

O presidente dos EUA, Barack Obama ficou sabendo da renúncia da entrega do poder aos militares durante uma reunião no Salão Oval. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor, o presidente assistiu à cobertura das cenas de comemoração na praça Tahrir, no centro do Cairo, pela televisão. Obama foi um dos que pressionou pela saída de Mubarak, antigo aliado dos EUA na região. O presidente americano inicialmente pediu uma "transição imediata", ou seja, a saída imediata de Mubarak, mas depois atenuou sua posição.

O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden classificou a renúncia de Mubarak de "um dia histórico para os egípcios". Biden advertiu, no entanto, para os dias "delicados e difíceis" que virão e disse que as "mudanças dramáticas" no Egito precisam ir ao encontro das aspirações das multidões no Cairo, acrescentando que "a transição em andamento precisa ser uma mudança irreversível e um caminho negociado que leve à democracia".

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, disse que respeita a decisão de Hosni Mubarak de renunciar à Presidência do Egito e pediu "diálogo" para a formação de um governo de base ampla. Ela também apelou por uma transição ordeira para a democracia e por eleições livres e justas no Egito.

Hosni Mubarak ouviu a voz dos egípcios ao anunciar sua renúncia ao poder - declarou Catherine Ashton, acrescentando que a decisão abre caminho para "reformas mais rápidas e profundas" no país árabe.

É um dos países mais preocupados com a queda de Mubarak, que garantia o pacto de paz entre os dois países, concluído em 1979. Autoridades do país afirmaram esperar uma transição de poder "tranquila, sem sobressaltos".

Esperamos que a transição para a democracia transcorra sem sobressaltos

Esperamos que a transição para a democracia transcorra sem sobressaltos para o Egito e para seus vizinhos,  - enfatizou um dirigente do governo, que não quis ser identificado.

O movimento islâmico palestino Hamas, que controla a faixa de Gaza, saudou o "início da vitória da revolução" egípcia, com a saída de Mubarak do poder.

O Itamaraty prepara uma nota em manifestação à renúncia de Mubarak. O documento será elaborado seguindo orientações do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que comanda um debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York. Patriota e outros chanceleres, presentes na reunião nos Estados Unidos, foram informados sobre a renúncia pelo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle. Até a renúncia, o governo brasileiro defendia o respeito às manifestações populares no Egito.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, fez um serviço para o povo do Egito ao renunciar. Ela também afirmou que os tratados do país com Israel devem ser honrados.

Somos todos testemunhas de uma mudança histórica

Hoje é um dia de grande alegria - afirmou em entrevista coletiva. - Somos todos testemunhas de uma mudança histórica. Compartilho a alegria com o povo do Egito, com as milhões de pessoas nas ruas do Egito.

As autoridades do Irã celebraram a saída de Mubarak da presidência do Egito e classificaram o fato como "uma grande vitória do povo egípcio".

A conquista da vontade da maravilhosa nação egípcia sobre a resistência e persistência de funcionários do governo que eram dependentes das potências mundiais é uma grande vitória - disse o porta-voz do ministro das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, à emissora árabe Al-Alam. - Nós esperamos que continuem nesse caminho, e que todas as demandas históricas dos egípcios se materializem.

O GLOBO

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