O
“evento patriótico” de Donald Trump, ao sopé das estátuas de Washington,
Jefferson, Ted Roosevelt e Lincoln foi farto de clichês aos quais
também nos acostumamos por aqui.
Diz
o The New York Times, Trump está fazendo um “esforço para
ganhar um segundo mandato como uma batalha contra um “novo fascismo de extrema
esquerda” procurando acabar com os valores e a história da nação.”
“Nossa
nação está testemunhando uma campanha impiedosa para acabar com a nossa
história, difamar nossos heróis, apagar nossos valores e doutrinar nossos
filhos”, disse Trump, dirigindo-se a uma multidão lotada de simpatizantes,
poucos dos quais usavam máscaras. “Multidões raivosas estão tentando demolir
estátuas de nossos fundadores, desfigurando nossos memoriais mais sagrados e
desencadeando uma onda de crimes violentos em nossas cidades”.
À
parte provar que infantilismos políticos só levam água para o moinho dos
reacionários, o discurso mostra como a direita, hoje, assenta suas esperanças
na criação delirante de uma “ameaça comunista” que nem de longe está perto de
existir.
Ao
mesmo tempo, lá como aqui, ignora-se que a expansão do novo coronavírus, à
razão de 50 mil casos por dia, sob o argumento que “as mortes estão
diminuindo”.
É
como se centenas de mortes diárias fossem, agora, uma coisa normal,
simplesmente porque deixaram de atingir as camadas mais ricas da população.
A
negação da realidade. fenômeno psicológico conhecido há muitas décadas encontra
agora sua versão política e de massas.
Trumpistas,
como os bolsonaristas, sinceramente desprezam os fatos, tanto que expõem, uns e
outros, suas próprias vidas em aglomerações, sem máscaras ou distância.
As pesquisas, nos EUA, mostram que isso não está
conseguindo restaurar o favoritismo que tiveram anos atrás.
São
muitos, porém, mas são minorias que se expandiram sob a ação de um
conservadorismo que perdeu as bandeiras do progresso e dos avanços sociais que
tinha sido capaz de tolerar, na segunda metade do século 20 e atirou-se num
fundamentalismo “patriótico” e religioso que faz deles a versão cibernética no
fascismo.
Do Tijolaço
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