Ruim
com ele, pior sem ele, reza o dito popular.
É
assim, estamos vendo, também na política.
Do
processo de negação generalizada dos partidos, iniciado em 2013 – lembram-se da
“proibição” de se levarem bandeiras de partidos às tais “jornadas de junho”? –
à dissolução completa dos mecanismos de organização política da sociedade
passou-se, relativamente, pouco tempo.
As
“identidades” passaram a ser o núcleo – precário núcleo – da associação, já não
calcada nas ideias, mas em condições e valores que não nos deveriam separar:
gênero, orientação sexual, posições morais, religiosas, etc.
Os
partidos, fundamentos da organização política que, a partir do final do século
19, conformaram a construção – defeituosa, claro – da democracia, foram
dissolvidos pelos ácidos do moralismo e pelo delírio de uma “democracia
direta”, via redes sociais, que transformou tudo num “like” e “deslike” que,
até na posição do polegar faz recordar o Coliseu romano.
Aplaude-se
delirantemente ou executa-se impiedosamente.
Como
resultado, tivemos Jair Bolsonaro, mas não só.
Perdeu-se
apolítica propriamente dita: a capacidade de articular, agregar, somar, reunir
e, com isso, a de produzir avanços na vida das coletividades.
Os
partidos progressistas têm se saído especialmente mal diante deste processo.
Aceitamos a entrega do processo político a delegados, promotores e juízes.
Claro
que investigações, processos e julgamentos por atos ilícitos devem, precisam
existir. Mas não podem ser a regra, o instrumento de definição dos embates
políticos.
A
fórmula encontrada para retirar Lula da disputa política saiu do controle e
destruiu, de forma avassaladora, a capacidade do país de encaminhar qualquer
projeto. Pior, elevou a pior escória moral e intelectual ao leme de uma nação
sem rumo.
Do Tijolaço
Do Tijolaço
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