Em
propaganda, é conhecida como “testemunhal” a peça que se serve de uma
personalidade conhecida para dar credibilidade a um produto. Portanto, o vídeo
de Jair Bolsonaro tomando um comprimido de hidroxicloriquina pode ser considerado,
na prática, como um “comercial” do suposto “remédio” para a Covid-19.
Não
é a primeira vez que Bolsonaro se presta a este papel. Anos atrás, também
contra todos os indicadores científicos, fez campanha – e um projeto de lei –
para que a fosfoetanolamina, aquela “pílula do câncer” que, anos atrás, iludiu
tantas pessoas de boa-fé e apiedadas de quem sofria com a doença.
Ao
dizer que “eu confio na hidroxicloroquina, e você?”, Bolsonaro está claramente
praticando o crime de charlatanismo, prometendo meio de cura sem capacidade
para isso.
Mas
ninguém mais liga para isso, de tão acostumados que estamos à insânia
presidencial.
Um
dia, os historiadores cuidarão desta fase da história contemporânea como “era
da loucura”, algo comparável aos delírios das multidões com o fascismo nos anos
30.
Como
então, servem-se da angústia das massas, oprimidas por uma crise econômica
persistente e, agora, por uma peste contra a qual não se tem reação possível
senão a disciplina social.
Justamente
por isso a “solução milagrosa” se torna tão importante.
O
milagreiro, afinal, precisa de um suposto “milagre”.
O
que está acontecendo é apenas mais do mesmo: o Bolsonaro Messias, o salvador,
um Moisés que acena com a terra prometida.
Mas,
o contrário da história bíblica, não se abrirão as águas do Mar Vermelho e
veremos afogar-se o falso profeta que virou o Jim Jones do século 21.
Do
Tijolaço.
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