Discussão
entre Aras e o procurador Nicolao Dino marcou sessão do Conselho Superior do
MPF para discutir orçamento da entidade.
Foto: Sérgio Lima/Poder360
O
embate entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e procuradores que
defendem a Operação Lava Jato acirrou nesta sexta-feira, 31 de julho,
durante sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF)
realizada por videoconferência.
O
encontro virtual, a fim de discutir a proposta orçamentária da entidade
para 2021, começou com um bate-boca entre Aras e o procurador Nicolao
Dino, que
comentou a oposição do chefe do MPF sobre a força-tarefa de Curitiba em
entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif nesta semana.
Dino
foi o primeiro a falar na sessão e usou seu tempo para ler carta aberta,
subscrita pelos subprocuradores Nivio Freitas, José Adonis e Luiza Frischeisen,
em crítica às últimas acusações de Aras contra o modus operandi da
Operação – criada em Curitiba.
“Vossa
Excelência, com o peso da autoridade do cargo que exerce, e evocando o pretexto
de corrigir rumos ante a supostos desvios das forças-tarefas, fez graves
afirmações em relação ao funcionamento do Ministério Público Federal em debate
com advogados”, disse Dino.
No
entanto, o procurador foi interrompido pelo chefe do MPF. Aras disse para Dino
focar no tema da reunião. “[Aqui] não será um palco político de Vossa
Excelência e de ninguém”, afirmou Aras.
O
embate não parou por aí. No final da Sessão, Aras acusou os procuradores de
vazarem informações suas à imprensa e plantar notícias falsas contra sua gestão
e sua família.
“Todas
as matérias que saem na imprensa, é um procurador ou uma procuradora que fala.
O anonimato mais do que inconstitucional e ilegal, é covarde. Eu não tenho medo
de enfrentar nenhum argumento, eu tenho o costume de enfrentar tudo o que faço
e digo e não tenho receio de desagradar”, disse Aras.
O
chefe do MPF ainda afirmou que tem provas sobre as acusações contra os
procuradores e já encaminhou o material para investigação.
“Não
me dirigi, em um evento acadêmico, se não pautado em fatos e em provas que se
encontram sob investigação da Corregedoria Geral do Ministério Público Federal
e do Conselho Nacional do Ministério Público. Caberá a eles apurar a verdade, a
extensão, a profundidade e os autores, os coautores e os partícipes de tudo o
que declarei. Porque me acostumei a falar com provas, tenho provas e essas
provas já estão depositadas perante os órgãos competentes. De logo, registro
que não houve nenhum protesto, houve fatos e provas que estão entregues e sob
apreciação dos órgãos oficiais competentes”, afirmou Aras. Assista a sessão:
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