A Folha noticia
que mais de meio milhão de pessoas deixaram de receber a 2ª dose da
vacina contra a Covid.
O
número, com certeza, é muito maior, porque o levantamento do jornal leva em
conta só os vacinados até 17 de fevereiro que já tinham deixado se passarem 45
dias e sem comparecer para a 2ª dose.
Num
cálculo aproximado, são dois milhões até 13 de março, e é fácil ver este dado
dramático.
Naquele
dia, o número total de vacinados com a primeira dose era de 9,667
milhões e o de vacinados com o reforço, 3,54 milhões.
Considerando
que cerca de 85% das vacinas eram Coronavac, com prazo de 28 dias para a
aplicação da 2ª dose, seriam 5,2 milhões de pessoas que, num máximo de quatro
semanas depois, deveriam ter tido o reforço vacinal. É este o número que
representa 85% da diferença entre 1ª e 2ª daquele 13 de março, que era de 6,12
milhões.
Com
isso, o número de pessoas que, neste 10 de março, 28 dias depois, já
receberam a 2ª dose deveria ser de 8,74 milhões (3,54 milhões +5,2
milhões).
São
6,84 milhões de vacinas de reforço. Isto é, quase dois milhões a menos, quase
um por cento da população vacinável (acima de 18 anos) do país, das que
deveriam ter sido aplicadas.
É
o equivalente a estarmos jogando fora (porque não se imunizou) o equivalente a
um daquelas carregamentos de vacinas vindos da Índia, com direito a avião
pintado e tudo.
E
isto considerando apenas os vacinados em primeira dose até 13 de março.
A
pergunta simples é: onde você já viu um apelo, um chamado, uma campanha de
comunicação de massa para que estas pessoas tomem a segunda dose?
Que
notícias tem você de uma busca ativa das autoridades sanitárias por estas
pessoas, que estão todas cadastradas, com nome, endereço e telefone devidamente
atualizados até o dia em que receberam a primeira dose?
Onde
estão os telefonemas disparados automaticamente, com esta base de dados,
lembrando da necessidade de tomar a primeira dose?
Em
lugar de despejar platitudes como “use a máscara”, o senhor Marcelo Queiroga
deveria estar cuidando de prover estados e municípios dos meios para isso, ou
fazendo isso centralizadamente, porque tem acesso aos cadastros de vacinação,
ou deveria ter.
O
Brasil não tem autoridades sanitárias, tem irresponsáveis no comando.
Tijolaço.
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