Não
é notícia, porque era óbvio.
Nem
por isso, é menos apavorante que tenhamos chegado a 400 mil mortes, um quarto
delas acontecida nos últimos 36 dias.
O
número de vidas perdidas no Brasil já é igual ao que países beligerantes na 2ª
Guerra Mundial, como a Itália e o Reino Unido, somados os civis e militares.
Infelizmente,
fomos levados a um ponto onde não choca mais a sociedade quantidade de mortos
que merece esta comparação destas.
Temos
um país menos humano, menos solidário, mais “e daí?” para nossos irmãos e irmãs
que se foram sem direito sequer a sentir sua mão apertada pela última vez.
Quem
achar pieguice, pense no que seria com seu parente, com seu amigo, com ele
próprio.
Mas
não basta a dor, porque este crime não terminou, está em curso e num curso
vertiginoso de perto de 2,5 mil vidas por dia.
E
é preciso, se não é por humanidade, ao menos por medo das consequências que
terá o negacionismo que rege o País, parar os que estão levando o país a pagar
um sobrepreço inaceitável em mortes.
São
muitos, mas todos agem sob a inspiração de um: Jair Messias Bolsonaro.
É
por ele que generais covardes se vacinam às escondidas, que médicos obtusos
despejam cloroquina e ivermectina nos seus pacientes, que gente insensível
propaga o “vem pra rua”, que ladrões abomináveis desviaram dinheiro público
destinado a assistir a população.
A
CPI da Covid não pode ser tratada – e parece que não vai – como um inventário
frio de erros e acertos. Não é um “equívoco” deixar uma pessoa morrer e não
pode ser deixar-se que morram centenas de milhares.
Não
precisa ser um Nuremberg; precisa ser mais, porque a abominação que examina não
está derrotada, como o nazismo estava ali, com seus milhões de mortos às
costas.
O
monstro de hoje está vivíssimo. E perigosíssimo.
Tijolaço.
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