Jair
Bolsonaro mente com sinceridade ou, se você preferir, é mentirosamente sincero.
Ao
dizer hoje que que está entregando “a alma do governo” a Ciro Nogueira, está
praticando esta sincera mentira ou a sinceridade mentirosa.
Bolsonaro
não vive uma situação aguda imediata.
Não
há risco iminente de impeachment, o que existe é um imenso risco, quase uma
certeza, de uma derrota eleitoral acachapante em 2022.
Bolsonaro
entrega o governo, pelo qual tem uma enorme inapetência, mas não entrega alma
que é sua força maléfica essencial.
Ele
não se incomoda que uma nuvem de gafanhotos caia sobre o país indefeso e se
prepara para colocar-se como vítima para encobrir seu fracasso.
E
o que o Centrão quer, igual, não é alma, mas governo.
É
uma soma infernal, onde o fanatismo assume o controle da política e o
fisiologismo, o da máquina.
Quem
não entender que, para extirpar o mal é preciso enterrar as mãos nas estruturas
das podres políticas vai fazer o jogo da dobradinha selvagem que só poderá ser
evitada se tivermos um personagem que torne impossível que elas se aliem, por
temor eleitoral, às forças do fascismo.
Se,
para isso, será preciso entregar parte do governo, que seja, desde que fique
penada, isolada, solitária a alma do fascismo.
Tijolaço.
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