Aliviaram-se
as pressões nos intestinos mas, na política, inevitável dizer que Jair
Bolsonaro segue enfezado.
Provavelmente
pelas mãos de Carluxo, seu filho vereador, nem mesmo durante a sedação de
ontem, parou a metralhadora de ódio das redes sociais do presidente.
Se
a ideia era de que o vitimismo presidencial iria desencadear-lhe uma onda de
solidariedade, a impressão é a de que isso não funcionou.
Apresentar
Bolsonaro de torso nu, a la Cristo, ok, pois ensina meu professor
Nilson Lage, “sociopatas são capazes de tirar proveito político de suplício
real ou encenado”.
Mas,
afora, a movimentação piedosa foi, basicamente, produzida por fanáticos e
robôs, não parece plausível dizer que há comoção nacional como na facada de
Juiz de Fora, em 2018.
E
muito menos com o alegado moribundo despejando ataques pelo Twitter,
Facebook e Instagram.
Ontem,
era a esquerda sendo o “braço” do Adélio da facada.
Hoje,
são os ataques ao “circo da CPI Renan, Omar e Saltitante estão mais para três otários
que três patetas”, em postagens que mostrariam que ele acompanhou em detalhes a
descrição da aventura do homem da Davati junto ao coronelato.
Não
seria preciso um medalhão da medicina, bastaria o farmacêutico da esquina para
vetar que alguém, transferido às pressas de avião para um big hospital
na noite anterior pudesse estar, já de manhã, acompanhando horas de depoimento
vital para seu próprio mandato presidencial.
Ou
não é grave a situação de saúde do presidente não é delicada – e recorro de
novo a Nilson Lage, que diz que “o que se passa na barriga de Bolsonaro é
segredo de Estado já há muito tempo” – e para isso corrobora seu “passeio pelo
hospital e a entrevista ao vomitivo Sikêra Jr, para demonstrar isso ou ele
entregou ao filho Carluxo a tarefa de ser a sua voz ao país, uma espécie de
vice-presidente virtual, que assume as rédeas nos impedimentos presidenciais.
O
que, afinal, parece já estar institucionalizado, do contrário o General
Hamilton Mourão não manteria a viagem a Angola, até para não ficar fazendo
papel de “dois de paus”, como diria a minha avó.
O
fato é que não faz, hoje, muita diferença que Bolsonaro se expresse diretamente
– com ou sem soluços – ou através do filho soturno. Seja por sua boca ou pelos
dedos de Carluxo, só virão ameaças e ataques ao regime democrático.
É
porque nele, afinal – e diga-se, para os imbecilizados não criarem caso- o
bolsonarismo está condenado à morte eleitoral.
Tijolaço.
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