Jair
Bolsonaro ficou a pé.
Nem
a velocíssima transição do relato que falava de uma “cirurgia de emergência”,
na quarta-feira, até o “está liberado” de sábado, a crise de saúde presidencial
não provocou a comoção solidária que em algum momento habitou a cabeça dos
estrategos do Planalto.
Vá
lá que seja verdadeira a velocíssima recuperação presidencial – ou a gravidade
que se deu ao seu problema – mas há uma consequência grave na política
bolsonarista.
É
a proibição – óbvia e ululante, diria Nélson Rodrigues – de montar em uma
motocicleta e liderar o esquadrão motoqueiro que se tornou a única forma de
exibir poderio, porque expande, visualmente, o que seria seu apoio de massas,
que já não tem como rio, mas como poças do temporal que já passou.
Não
se sabe para que outro tipo de artifício Bolsonaro irá apelar para negar o
óbvio: ele representa, agora, uma minoria barulhenta e agressiva da classe
média.
É
provável que a quantidade minguante de apoiadores vá, como já vinha fazendo
antes de sua internação hospitalar, sendo substituída por mais ameaças –
bravateiras ou nem tanto – golpistas.
E,
para isso, repetir todo o tempo que o Brasil está “ameaçado” pela volta de
Lula, que só ele pode evitar.
Um
problema e tanto para os aspirantes a “Terceira Via”, que fazem do mesmo temor
o ponto de legitimação de suas parcas forças eleitorais.
Tijolaço.
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