Bem
disposto e bem falante, Jair Bolsonaro saiu do hospital, em São Paulo, com
novos anúncios imprudentes e espetaculares.
Já
de cara, sua cura velocíssima deveu-se, “talvez à viagem, talvez o sacolejar da
ambulância ou a um milagre de Deus”. Pra quê medicina, né?
Depois,
disse que, depois da obesidade, a maior causa de morte por Covid é o “medo, o
pavor”. Isto é, psicológica.
Disse
que vai procurar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para que o Ministério
da Saúde invista na promessa de uma Cloroquina- Parte II, a proxalutamida,
medicamento em teste para tratamento de câncer, sobre o qual não existe nenhuma
publicação científica atestando sua eficácia para o combate à Covid-19.
Não
para Bolsonaro, porém. A lado do pastor Waldomiro Santiago, aquele que vendia
feiões mágicos que eliminavam o novo coronavírus, o presidente garantiu que
“estudou” documentos dos Centers for Diseases Control and Prevention, o
CDC norte-americano e já concluiu que temos a cura para a pandemia.
Depois
da baboseira farmacêutica, passou a discorrer sobre suas teorias a respeito da
corrupção. Disse que, como Eduardo Pazuello estava sem paletó e gravou um vídeo
cumprimentando os picaretas que foram vender vacinas Coronavac que não
existiam, isso prova que não havia corrupção porque “quando [se] fala em
propina, é pelado dentro da piscina”.
Espetacular.
Imagina-se que o próximo a prometer acabar com a corrupção vá mandar aterrar
todas as piscinas do país.
E,
no final, ainda disse que o “fundão” eleitoral de R$ 5,7 bilhões saiu porque
colocaram “uma casca de banana” na Lei de Diretrizes Orçamentárias, como se não
tivesse sido na maior parte a sua base – e inclusive seus filhos – quem
aprovou, contra o voto dos partidos de oposição.
Bolsonaro
não vai mudar e, ao contrário, vai subir o tom de suas sandices e
charlatanismo.
É
mais fácil o feijão do Santiago curar a Covid do que o bom-senso curar
Bolsonaro.
Tijolaço.
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