Os
números divulgados hoje pelo IBGE põem cada vez mais em descrédito os
indicadores otimistas de emprego formal apresentados seguidamente pelo ministro
da Economia, Paulo Guedes.
Ontem,
Guedes mostrou supostos números que indicariam a criação de quase um milhão de
empregos (958 mil) com carteira assinada de janeiro a abril, quase tantos
quanto se criou nos melhores tempos de expansão da economia brasileira.
Hoje,
o IBGE mostra que, ao contrário, o número de pessoas com carteira assinada caiu
cerca de meio milhão entre o último trimestre de 2020 e os primeiros três meses
de 2021.
Se
considerarmos o período de um ano (antes e depois da pandemia, o número de trabalhadores
registrados teve uma redução de 10,7%, ou menos 3,5 milhões de pessoas.
O
argumento de Guedes que a “sensação de desemprego” vem do fato de que os
informais estão sendo a origem dos índices de desocupação apurados pelo IBGE
que indicam mais 880 mil pessoas desocupadas, totalizando 14,8 milhões na fila
em busca de um trabalho no país.
É
o maior número já apontado pela série histórica das pesquisas do IBGE: 14,7%
dos brasileiros, quase um em cada oito, procuram emprego sem encontrá-lo.
É
claro que alguns setores, como o e-commerce, podem ter gerado vagas
pelas mudanças dos perfis de consumo nas classes alta e média, mas basta ir ao
comércio convencional para ver quantas vagas foram aniquiladas. Idem no
turismo, nos bares e restaurantes, no transporte e em todos os outros setores
que sofrera, sofrem e estão sujeitos a sofrer mais com a possibilidade de uma
nova onda.
O
mundo otimista de Paulo Guedes se dissolve em qualquer estatística de calçada.
Tijolaço.
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