Jair
Bolsonaro já não é só charlatão, agora é pajé.
Na sua live de
hoje anunciou que os índios do Norte do Amazonas têm uma medicação
infalível contra a Covid.
Na
aldeia tribo Balaio, ninguém morreu; nos yanomamis só três, índios idosos ,
“provavelmente com comorbidades”.
Nenhum
tomou cloroquina, mas beberam chá de “carapanaúba, saracura ou jambu”.
“Perguntei
se algum tinha morrido. Responderam não. Foi antes da vacina? Disseram que sim.
Perguntei por que não morreram. Eles tomaram chá de carapanaúba, saracura ou
jambu.(…) Poderia essa querida CPI do Senado, que tem como presidente o senador
Omar Aziz, convidar os índios para ouvi-los, para, quem sabe, levar os chás de
carapanaúba, saracura ou jambu.”
Todos
os três, há anos, são vendidos nas feiras de Manaus e em bancas de cascas e
ervas do país inteiro.
A
carapanaúba é casca de árvore de “amplo espectro” na cultura popular. Cura
desde inflamações do útero e ovário, diabetes, problemas de estômago, câncer, é
anticontraceptivo e age contra febre e reumatismo.
A
“saracura” – que não é saracura, mas “sara-tudo”, ou murici (Bysonima
intermedia) – serve para alívio de dor de dente e inflamações em geral.
E
o jambu, é indicado como fortificante, estimulador de apetite,
anti-inflamatório, remédios contra lombrigas, analgésico, diurético, anestésico
bucal e estimulante sexual.
Não
posso dizer que Bolsonaro é um Villas-Bôas porque, alem de ser uma ofensa aos
irmãos Orlando, Cláudio e Leonardo, três importantes indigenistas brasileiros e
porque ele vai pensar que o nome é de seu patrono, Eduardo Villas Bôas, que
enfiou o exército nesta encrenca.
Pensemos
positivo, porém: Jair Bolsonaro salvou a humanidade! Podemos agora exportar os
pacotinhos de feira mais caros que as bijuterias de nióbio que alimentam a
mente (mente?) presidencial.
E
encher as ruas de motoqueiros gritando: “O jambú é nosso”
Tijolaço.
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