Como
se esperava, Eduardo Pazuello ganhou o direito de, querendo – e sempre que
quiser -, silenciar diante das perguntas dos senadores da CPI.
Um
ganho para Bolsonaro, uma derrota para o general e para o Exército.
Serão
horas de humilhação e, ainda pior, de improvável autocontrole do ex-ministro,
porque a garantia que o ministro Ricardo Lewandowski lhe deu foi para calar
diante de perguntas onde pudesse produzir provas contra si e, portanto, assim
se caracterizará qualquer questão que o faça calar.
Numa
palavra: cada tema, cada situação, cada ação governamental, cada ato do
Ministério diante do qual ele se cale tem, implicitamente, o valor de uma
suspeita, o peso de uma silenciosa mentira, a covardia de enfrentar um
problema.
Vai
haver problemas em perguntas que, a rigor, não podem ser consideradas passíveis
de auto-incriminá-lo, mas que incriminem a outros.
Por
exemplo: “o senhor recebeu orientação do Presidente da República ou de qualquer
outra pessoa estranha ao governo sobre o “tratamento precoce”? “O senhor sabia
das articulações de Fábio Wajngarten para a compra de vacinas da Pfizer”? O que
o senhor acha da presença do presidente da República em aglomerações, sem uso
da máscara? Como o senhor se sente diante de mais de 430 mil (ou 440 mil, até
quarta, dia do depoimento) pessoas”?
Calar
será uma vergonha, dar uma resposta fria, uma desfaçatez.
Ainda
haverá Manaus e Manaus, será um momento de humilhação constrangedora, porque
Pazuello viveu lá e tem (ou tinha) pretensões eleitorais no Estado.
Talvez
mesmo caiba dizer que a quarta-feira será um dia de um desastre de proporções
amazônicas para o general que, mesmo em silêncio, será visto como o algoz que
obedece ao que um psicopata manda.
Tijolaço.
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