Os
estudiosos do setor elétrico são contrários; os trabalhadores são contrários;
as geradoras e distribuidoras são contrárias, até a Fiesp é contrária, alegando
que população e setor produtivo pagarão R$ 400 bilhões aos brasileiros, dos
quais cerca de R$ 300 bilhões seriam provenientes de altas na conta de luz,
domésticas e de empresas.
Há
muitos “jabutis” que tornam pior o que já era ruim: a perda do controle público
da geração e distribuição de energia, nas quais a estatal ainda é líder, apesar
de ter sido depenada de algumas de suas instalações.
O
país perde o controle, praticamente, de toda a geração e da produção de
eletricidade, ficando apenas com a Itaipu Binacional e as usinas nucleares
Angra 1 e 2.
O
pior deles é a geração obrigatória (com compra garantida) por usinas
termelétricas a gás, em lugares onde não há fornecimento de gás natural
instalado. Isto é, o governo, por mais que se o disfarce, pagará para levar o
gás a usinas de investimento baixo – termelétricas a gás são, basicamente, uma
turbina como as de avião, acopladas a geradores movidos a vapor em alta
pressão.
Elas
foram a saída usada no apagão do governo FHC mas, quando deixaram de ter a
compra da energia com a compra garantida a preço compensador, viraram
“elefantes brancos” que a Petrobras teve de assumir a operação.
A
obrigação de gerar por estas usinas e também por pequenas centrais
hidrelétricas – de baixa produção e custos de interligação não otimizados –
vai, ainda pior, encarecer a instalação dos programas eólico e solar, isto é,
os de energia limpa.
O
governo pretende colocar em votação o relatório da MP da privatização,
elaborado pelo seu canino apoiador Marcos Rogério (DEM-RO), mas pode recuar por
incerteza no resultado da votação, de tão ruim é o projeto.
Tão
ruim que até a musa das privatizações, Miriam Leitão, é contra.
Tijolaço.
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