O
Tribunal de Contas da União abriu sindicância para apurar as circunstâncias em
que o auditor inseriu, na noite de domingo, um “estudo” – falso, feito por ele
mesmo, apenas – que serviu para Jair Bolsonaro, segunda de manhã cedo, dizer que o Tribunal de Contas da União concluíra que menos da
metade das pessoas mortas por Covid, no ano passado, teriam ido a óbito por
outras razões.
Alexandre
Figueiredo da Costa Silva Marques é amigo dos filhos de Jair Bolsonaro e foi
levado por eles para ser, durante alguns meses, para o BNDES por outro
integrante da “turma”, Gustavo Montezano, quando este foi nomeado presidente do
Banco pelo presidente, que não se conformava de Joaquim Levy não ter criado a
“caixa preta” escandalosa que desejava usar para atingir os governos petistas.
Alexandre
acabou sendo barrado pelos ministros do TCU, que não queriam alguém do Tribunal
exercendo uma função que seria auditada pelo próprio Tribunal.
Leia
a nota do blog do jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense:
Foi o auditor
Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques o responsável por elaborar o “estudo
paralelo” apontando que metade das mortes pela covid-19 no país não ocorreram.
Segundo ele, os governadores inflaram o total de óbitos para obterem mais
verbas do governo federal.
Procurado
pelo Blog, Alexandre disse que só falaria com autorização da assessoria de
imprensa do TCU, que já foi demandada. O auditor é amigo dos filhos do
presidente Jair Bolsonaro e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano.
O “estudo
paralelo” foi citado por Bolsonaro na segunda-feira (07/06) para desqualificar
a pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 500 mil brasileiros. Nesta
terça (08/06), o presidente assumiu que o “estudo” não pertence oficialmente ao
Tribunal de Contas da União.
Alexandre está
lotado na secretaria do TCU que lida com inteligência e combate à corrupção.
Quando começou a pandemia do novo coronavírus, ele pediu para acompanhar as
compras com dinheiro público de equipamentos para o combate à covid.
A partir dali, o
auditor começou a elaborar o “estudo paralelo”. Quando apresentou os resultados
de sua tese aos colegas de trabalho, foi veemente repreendido, pois ficou claro
que ele queria desqualificar os governadores e favorecer o discurso de
Bolsonaro. Nenhum outro auditor do TCU endossou o “estudo” por considerá-lo uma
farsa.
Assustados com a
insistência de Alexandre, os colegas de trabalho comunicaram os ministros da
Corte de Contas o que estava acontecendo. Mas o auditor entregou a sua tese aos
filhos de Bolsonaro, que a tornou pública. O TCU abriu investigação para apurar
a conduta de Alexandre.
Quem acompanha as redes sociais de Alexandre pode verificar que ele costuma compartilhar fake news, como os benefícios do uso de ivermectina no combate à covid, e incitar ataques a governadores, justamente a quem ele quer prejudicar com seu “estudo paralelo”.
Tijolaço.
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