terça-feira, 8 de junho de 2021

FALSÁRIO QUE CRIOU ‘RELATÓRIO DO TCU’ SOBRE MORTES É DA TURMA DOS ‘FILHONAROS’; FERNANDO BRITO

O Tribunal de Contas da União abriu sindicância para apurar as circunstâncias em que o auditor inseriu, na noite de domingo, um “estudo” – falso, feito por ele mesmo, apenas – que serviu para Jair Bolsonaro, segunda de manhã cedo, dizer que o Tribunal de Contas da União concluíra que menos da metade das pessoas mortas por Covid, no ano passado, teriam ido a óbito por outras razões.

Alexandre Figueiredo da Costa Silva Marques é amigo dos filhos de Jair Bolsonaro e foi levado por eles para ser, durante alguns meses, para o BNDES por outro integrante da “turma”, Gustavo Montezano, quando este foi nomeado presidente do Banco pelo presidente, que não se conformava de Joaquim Levy não ter criado a “caixa preta” escandalosa que desejava usar para atingir os governos petistas.

Alexandre acabou sendo barrado pelos ministros do TCU, que não queriam alguém do Tribunal exercendo uma função que seria auditada pelo próprio Tribunal.

Leia a nota do blog do jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense:

Foi o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques o responsável por elaborar o “estudo paralelo” apontando que metade das mortes pela covid-19 no país não ocorreram. Segundo ele, os governadores inflaram o total de óbitos para obterem mais verbas do governo federal.

Procurado pelo Blog, Alexandre disse que só falaria com autorização da assessoria de imprensa do TCU, que já foi demandada. O auditor é amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano.

O “estudo paralelo” foi citado por Bolsonaro na segunda-feira (07/06) para desqualificar a pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 500 mil brasileiros. Nesta terça (08/06), o presidente assumiu que o “estudo” não pertence oficialmente ao Tribunal de Contas da União.

Alexandre está lotado na secretaria do TCU que lida com inteligência e combate à corrupção. Quando começou a pandemia do novo coronavírus, ele pediu para acompanhar as compras com dinheiro público de equipamentos para o combate à covid.

A partir dali, o auditor começou a elaborar o “estudo paralelo”. Quando apresentou os resultados de sua tese aos colegas de trabalho, foi veemente repreendido, pois ficou claro que ele queria desqualificar os governadores e favorecer o discurso de Bolsonaro. Nenhum outro auditor do TCU endossou o “estudo” por considerá-lo uma farsa.

Assustados com a insistência de Alexandre, os colegas de trabalho comunicaram os ministros da Corte de Contas o que estava acontecendo. Mas o auditor entregou a sua tese aos filhos de Bolsonaro, que a tornou pública. O TCU abriu investigação para apurar a conduta de Alexandre.

Quem acompanha as redes sociais de Alexandre pode verificar que ele costuma compartilhar fake news, como os benefícios do uso de ivermectina no combate à covid, e incitar ataques a governadores, justamente a quem ele quer prejudicar com seu “estudo paralelo”.

Tijolaço.

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