Estava
evidente e foi assinalado aqui, ontem à tarde que se a pesquisa de aprovação
(e, sobretudo, de reprovação) do governo, se tivesse um capítulo sobre
intenções de voto, não
há dúvida que revelará um cenário onde o favoritismo de Lula vai esboçando uma
decisão em primeiro turno.
E,
de madrugada, vieram os números do Ipec, o ex-Ibope, devastadores
tanto para Bolsonaro quando para os crentes da “Terceira Via”, apontando uma
vitória, folgada, de Lula no 1° turno.
Os
49% que ele registra, convertidos em percentagens sobre os votos válidos,
equivale a 59% para o ex-presidente, mais do que qualquer candidato petista
teve em quaisquer das eleições presidenciais em toda a história.
E
em tendência forte de alta, enquanto Bolsonaro mingua em todas as áreas do
eleitorado. Mesmo nos recortes onde se sai melhor, não chega a um terço do
eleitorado.
Ciro
e Dória, como mostra a ilustração, continuam encruado em índices miúdos e,
pior, ver mesmo isso se dissolver no crescente antibolsonarismo do eleitor,
ansioso por dar fim a esta experiência malograda para o país.
Mandetta,
o lanterninha entre os cinco nomes medidos na pesquisa, segue firme na sua
cruzada para ser candidato a vice ou garantir uma eleição à Câmara ou Senado
como campeão de votos, e talvez fora do Mato Grosso do Sul, onde enfrentaria
problemas de espaço com seus sempre patrocinadores, a família Trad.
A
pesquisa vai levar Bolsonaro a uma nova onda de agressividade antilulista, a
forma que tem de segurar seus decrescentes eleitores.
E
Lula?
Lula
sabe que ainda não é hora de sacudir o seu favoritismo em praça pública, embora
sinta-se cada vez mais atraído por mergulhar no rio Estige, aquele onde Aquiles
foi banhado para tornar-se invulnerável.
Sabe,
porém, que precisa proteger seu calcanhar – a ainda resistente ideia de que tem
rejeição pela onda de ódio que dispensava argumentos.
Vai
deixar que a força gravitacional que sua liderança folgada siga desagregando os
blocos de resistência que ainda existem e, ao contrário, vá somando apoios dos
quais irá precisar, se não para ganhar, para governar um país em ruínas.
Tijolaço.
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