A
médica Luana Araújo carregou duas bombas para CPI.
Uma
foi bomba-relógio, que vai ser detonada quando Marcelo Queiroga, o Ministro da
Saúde, voltar a prestar depoimento. Gentil, não quis avançar em especulações
sobre o veto que recebeu para ser nomeada para o cargo que foi convidada e
aceitou: o de comandar o combate à pandemia no Brasil. Disse que foi comunicada
disso por Queiroga e, portanto, ele terá de explicar as razões pelas quais, nas
palavras do ministro, “sua indicação não foi aprovada”.
Quem
a reprovou, portanto, é resposta a que
A
segunda, de ação continuada e arrasadora, a firmeza e a clareza de linguagem
para demonstrar que toda esta história de cloroquina e demais integrantes do
“kit covid”é, a esta altura, algo que, nas suas próprias palavras, é apenas
“neocurandeirismo”.
—
Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente. Ainda
estamos discutindo uma coisa sem cabimento. É como se estivéssemos discutindo
de qual borda da terra plana vamos pular
—
Todos nós somos favoráveis a uma terapia precoce que exista. Quando ela não
existe, não pode ser uma política de saúde pública. Essa é uma discussão
delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente.
Ao
explicar a diferença entre testes “in vitro” – nos quais se fundam muitas
supostas indicações ineficazes contra a Covid – e testes clínicos, não poderia
ser mais clara:
—
Se eu botar uma cultura viral no microondas, o vírus vai morrer. Mas não é por
isso que eu vou mandar o paciente entrar no forno duas vezes por dia.
Luana
deixou claro que está errada toda a política de enfrentamento da pandemia,
focada apenas na questão de leitos de UTI e descuidando de programas de
testagem em massa, medidas de distanciamento social, abandono da atenção básica
de saúde, descoordenação entre os entes federativos. E, sobretudo, com a falta
de “uma comunicação clara, de mensagem única. Do contrário, as pessoas ficam
perdidas”.
Pois
é isso que estamos: perdidos.
Tijolaço.
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