Após
dias de especulação, atletas divulgam texto em suas redes sociais. Seleção
Brasileira está confirmada para disputar o torneio no Brasil.

Os
jogadores da seleção brasileira divulgaram manifesto sobre a realização da Copa
América no Brasil após a vitória sobre o Paraguai nesta terça-feira. No texto,
os jogadores ressaltam que nunca quiseram tornar a discussão política.
"Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à
seleção brasileira."
No
manifesto, os jogadores explicam que não houve tentativa ou sugestão de boicote
à Copa América. Assim se limitam a expor o desconforto com as mudanças de sede
e dificuldades com a organização. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
usaram as redes sociais, ao longo dos últimos dias, para criticar a postura da
seleção, principalmente do técnico Tite, contrária à celebração do evento no
Brasil.
"É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição", escreveram os jogadores.
As informações sobre o descontentamento de integrantes da seleção brasileira
surgiram logo após o anúncio de que o Brasil passaria a receber o evento,
diante das negativas de Colômbia e Argentina, países que originalmente
abrigariam a competição. A insatisfação de jogadores e comissão técnica veio ao
encontro da repercussão negativa em celebrar a Copa América no Brasil mesmo em
meio à pandemia do novo coronavírus com números que ultrapassam os 450 mil
mortos.
Além da situação da pandemia, outro fator que
abalou a relação da seleção com a direção da CBF foi a falta de aviso e
consulta aos atletas sobre a vinda do torneio para o país. Jogadores ficaram
decepcionados com a postura do presidente afastado da entidade Rogério Caboclo.
O dirigente é acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da
entidade. O afastamento será pelo prazo de 30 dias, no entanto, articulações na
CBF sugerem que em breve haverá novas eleições na entidade.
Antes do duelo com o Equador, na última
sexta-feira, o técnico Tite já havia pedido que seus comandados se
concentrassem na missão de levar o País a mais uma Copa do Mundo. Mas deixou
clara a insatisfação de sua parte e também dos atletas. Após o jogo, o volante
Casemiro não entrou em maiores detalhes e reforçou as informações anteriores
repassadas pelo treinador.
Nesta quarta-feira, Tite fará uma nova
convocação para definir os nomes que atuarão na competição sul-americana. A
expectativa é que haja mudanças, uma vez que alguns atletas podem ser chamados
para atuar pela seleção olímpica. O Brasil defende o ouro em Tóquio, e alguns
jogadores já se mostraram interessados em participar novamente dos Jogos.
A Copa América tem início agendado para 13 de
junho. Em Brasília, no estádio Mané Garrincha, às 18h, a seleção brasileira
enfrenta a Venezuela, pelo Grupo B. No mesmo dia, às 21h, Colômbia e Equador
duelarão na Arena Pantanal, em Cuiabá. Em 14 de junho, será a vez da Argentina
começar sua jornada na competição, enfrentando o Chile, no Engenhão, às 18h.
Mais tarde, às 21h, Paraguai e Bolívia jogam em Goiânia. A final do torneio
está marcada para 10 de julho, no Maracanã.
Leia o manifesto na íntegra:
"Quando nasce um brasileiro, nasce um
torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta
para expor nossa opinião quanto a realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias
distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho
profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela
Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar
em um processo inadequado em sua realização.
É importante frisar que em nenhum momento
quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da
nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia, estamos presentes nas
redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas
envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros.
Por fim, lembramos que somos trabalhadores,
profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa
verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América,
mas nunca diremos não à Seleção Brasileira."
R B A.
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