Jair
Bolsonaro, “nem aí” para governar, está como se estivesse em reta final de
campanha eleitoral.
Aproveita
enquanto pode usar, e usa, a máquina pública para promover seu turismo
eleitoral, provocativo e agressivo.
Confia
em que haverá, além das falanges fascistóides e orgulhosas de sua ignorância,
uma maioria que adira, outra vez, por manipulação e preconceito, ao “candidato
do jegue”, como se referiu ontem a Lula, ao invadir um avião em Vitória para
produzir alvoroço e, pelo que se viu nos vídeos, até uma briga dentro da
aeronave (artigo 261 do Código Penal: “expor a perigo embarcação ou aeronave,
própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar
navegação marítima, fluvial ou aérea”).
O
‘teste de popularidade’, claro, não funcionou bem, ao contrário do desfile de
motos que ele protagoniza agora, em São Paulo, com um público mais adequado, o
de “selvagens das motocicletas”, o jegue dos ricos, que usam para afirmar sua
masculinidade decadente, que vive de exibições, como é própria nas gangues.
Animado
pelo sucesso de sua motociata e apertado pelas revelações da CPI,
mostrando inequívoca desídia (pelo menos) na compra de vacinas, gastos na
desinformação da população com o tal “tratamento precoce” e o temor que as
quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático de ex-ministros e dirigentes do
governo, Bolsonaro deve subir mais alguns pontos a sua já temerária escala de
agressividade.
Conta
com a intimidação geral com suas ameaças de golpe, o medo da pandemia e com o
acanalhamento geral das instituições para seguir fazendo isso enquanto o país
se estiola na doença, no desemprego, na inflação e na fome.
Sim,
aquele país dos jegues, dos pobres que pararam de viajar de avião, para rever a
família que deixaram para trás nas décadas de migração.
Alguém
deveria lembrar ao presidente que o valente animal sobreviveu a secas, a
desgraças, ao jejum e ainda é, pelos fundões do Brasil, o melhor amigo dos
humildes.
Metáforas,
porém, não são o forte do ex-capitão.
Tijolaço.
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