Tenho
me mantido recolhido, tanto quanto possível e até um pouco mais do que as
pessoas compreendem e relevam, nestes pouco mais de 15 meses de pandemia.
Como
qualquer pessoa, ainda mais com idade e comorbidades para “ajudar”, quero
viver.
Amanhã,
porém, com todos os cuidados, irei ao ato de protesto contra o desgoverno que
assola o país, porque não é possível proteger a própria vida se disso resulta
colocar em risco a vida de muitos brasileiros como eu.
Não
há uma epidemia em descenso, que esteja para, com mais algumas semanas,
controlada e prevenida pela vacinação.
Os
quase 100 mil casos registrados nas últimas 24 horas – que, em parte, vão se
tornar mortes em mais alguns dias – comprovam o estrago que está fazendo a propaganda
negacionista que parte do Palácio do Planalto e é preciso que os cidadãos deste
país levantem um muro de resistência contra ela.
Desde
a virada do ano, perderam-se 305 mil vidas. 340 mil se pensarmos que, em 30 de
outubro, Jair Bolsonaro disse que estava “acabando a pandemia” e
ironizava a “pressa” com as vacinas.
Não
é possível que se deixe um elemento assim prosseguir livre e impune, mesmo que
a gente veja as instituições nacionais se acovardem e continuem agarradas a
eles, inclusive e especialmente o Exército brasileiro, que se dispõe a
humilhar-se diante de quem move uma guerra contra os brasileiros e guerra das
mais cruentas, com tal número de mortes de gente indefesa.
Se
eles se acovardam, haverá quem não o faça, entre os brasileiros.
Manter
distância, usar máscara e álcool não é nada em matéria de temor perto dos que
tremem de medo de um facínora e de suas gangues motorizadas.
Proteja-se
com isso, mas vá aos atos pelo Brasil – sim, defender a pátria é defender seu
povo, o resto é conversa fiada – porque é um risco maior, mas muito maior,
deixar nosso país mergulhado na morte, a da vida e a das liberdades públicas.
Tijolaço.
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